Search
Close this search box.

Cientistas criam aço inox que inativa coronavírus em cerca de seis horas

O Covid-19 já mostrou que pode sobreviver em diversas superfícies, inclusive no aço inox, apesar de sua remoção ser facilmente feita com uma limpeza rotineira. No entanto, pesquisadores da Universidade de Hong Kong desenvolveram um novo tipo de aço inox capaz de inativar o coronavírus em cerca de seis horas.

Isso mostra a capacidade de evolução desse metal, conforme aponta sua história. Afinal, desde a descoberta do aço inoxidável, no século XIX, essa liga metálica vem sendo trabalhada ano após ano por pesquisadores, os quais buscam explorar suas capacidades anticorrosivas para desenvolvimento de novas melhorias.

Hoje o aço inox tem diversos tipos, aplicados em diferentes situações para um aproveitamento mais eficaz de suas propriedades. Existem três principais famílias do inox: martensíticos, austeníticos e ferríticos; cada um com o seu teor de cromo e carbono em porcentagens conforme o uso que será destinado.

Saiba mais sobre a história do inox clicando aqui.

Uma das principais características do inox, fora a sua resistência à corrosão, é o seu fator higiênico. Por contar com uma superfície lisa, com baixa porosidade, o inox é utilizado em hospitais e laboratórios, pois bactérias não encontram espaços para se proliferarem, sendo facilmente removidas com pano e sabão neutro. Apesar disso, o SARS-Cov-2 (nome científico do coronavírus) mostrou-se estável na superfície do metal, mesmo podendo ser removido com facilidade, como o próprio artigo apontou.

As informações dessa nova descoberta foram publicadas em novembro na revista científica Chemical Engineering Journal (o artigo pode ser acessado clicando aqui). O projeto foi encabeçado pelos professores Mingxin Huang e Leo Lit Man Poon.

Continue lendo para entender mais.

Inox capaz de inativar o coronavírus

Essa descoberta se deu a partir da adição de pó de cobre e pó de óxido de prata em nanoescala misturados com pó de aço inoxidável. Segundo os pesquisadores, esses dois elementos contam com propriedades antibacterianas inorgânicas e populares, as quais contam com recursos de amplo espectro e baixa toxicidade para células animais, uma vez que já são usados para preparar materiais antibacterianos.

Segundo o artigo, a mistura se mostrou eficaz a longo prazo, mantendo seu efeito sobre uma ampla gama de patógenos mesmo que o material seja continuamente danificado durante o uso.

Se popularizado, o material poderá reduzir significativamente os cursos de desinfecção em áreas públicas, além de aumentar a mitigação da transmissão do coronavírus e até mesmo outros vírus e bactérias. Uma patente já foi registrada para a nova tecnologia, e os pesquisadores buscam cooperação com a indústria para continuar a testar a aplicação do material na substituição de botões de elevadores, maçanetas e corrimãos, em objetos de amplo uso quando em área pública.

O novo inox se mostrou eficaz também contra a Escherichia coli (uma bactéria que ataca o intestino) e H1N1 (o vírus da influenza A).

Esse novo tipo de inox colabora – em muito – com a saúde pública, afinal, a transmissão de doenças em áreas de uso público é um problema de longa data, afetando milhões de pessoas anualmente.

Qual foi o aço utilizado nas pesquisas?

O aço utilizado nas pesquisas foi o 316L, considerado um aço cirúrgico. O aço 316 comum conta com cerca de 2,5% de molibdênio em sua composição, tornando-o superior ao AISI 304.

Quando o tipo de aço vem acompanhado da letra “L”, como é o caso do metal utilizado nas pesquisas, é sinal de que estes possuem uma diferença na quantidade de carbono presente em sua composição, sendo cerca de 0,03%, enquanto o comum conta com aproximadamente 0,08%.

Um grande avanço para a ciência

Essa descoberta é sem dúvida um grande passo para o melhor controle de contaminações pelo uso comum de objetos e espaços, que é o que ocorre em estações de metrô, aeroportos, shoppings, entre outros.

Se deseja saber mais sobre os tipos de inox, acesse o conteúdo (clique aqui) publicado em nosso blog e entenda as diferenças desse metal que existem no mercado.

Compartilhe: